22 de set. de 2019

Maestro João Baptista Julião







No final do século XIX, a pequena Silveiras, no Estado de São Paulo, testemunhou o rebento de mais um membro da família Julião. João Batista veio à luz no dia dezenove de setembro de 1886 e foi nos domínios de seu nascedouro que tomou as primeiras lições de música ao participar da banda dirigida por Desidério Alves Leite.

Deixou sua terra natal, em 1904, seguindo para Mogi das Cruzes, onde foi admitido como músico da Corporação Musical Guarani. Tornou-se regente quando duas bandas da mesma cidade, Guarani e Euterpe, uniram-se para originar a Corporação Musical União Mogiana.

Admitido no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, inicia seus estudos superiores, em 1912, sob orientação do compositor, musicólogo e professor italiano Savino de Benedictis e de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva Júnior.

Em 1913, aos 27 anos, fundou o Instituto Musical de Mogi das Cruzes.

Após a conclusão de seu curso, torna-se Mestre-Capela da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Sant’Anna. Como Kapellmeister em Mogi das Cruzes permanece até transferir-se para o Rio de Janeiro, onde especializou-se em Canto Orfeônico pelo Conservatório Nacional, obtendo do Ministério de Educação e Saúde, o registro de professor de Canto Orfeônico. De posse do título, assumiu a cadeira de Música e Canto Orfeônico na Penitenciária-Modelo do Estado de São Paulo.

Colaborador do maestro João Gomes Júnior, atuou na preparação de alunos de grupos escolares para a comemoração do Centenário da Independência. Nessa época, torna-se professor efetivo da Escola Normal Padre Anchieta, em São Paulo.


O maestro João Batista Julião mantinha em sua escola o Instituto Musical de São Paulo, fundado em 7 de julho de 1927 um Curso Geral de Professor de Música e Canto Orfeônico. 


Em 1944
Atendendo a sugestão do maestro, a Faculdade Católica de Campinas cria, em 1947, o Conservatório de Canto Orfeônico “Maestro Julião”, posteriormente, em 1964, transformado em Faculdade de Música.

Cria, em 1949 o Curso de especialização de Professores de Canto Orfeônico, anexo ao Instituto de Educação Caetano de Campos, o primeiro em São Paulo, de âmbito estadual, aproveitando a situação política favorável e as exigências legais do Curso Normal, que previa a especialização de professores primários. 

 Em 1963, transformado em Conservatório Estadual de Canto Orfeônico. Esse curso passa a integrar o Conservatório Estadual de Canto Orfeônico de São Paulo – CECO-SP, criado no prédio da Pinacoteca e em 10 de junho de 1974, a Lei Estadual nº 236 transforma o Conservatório em autarquia de regime especial sob a denominação Faculdade de Música “Maestro Julião”, uma justa homenagem ao exigente mestre falecido em 20 de maio de 1961. A faculdade tornou-se embrião do Instituto de Artes da UNESP que passaria a funcionar a partir de 1976.

João Batista Julião, o Maestro de Silveiras, compôs música sacra e peças para piano e violino.

Como músico-escritor, estão entre suas obras: Chave para os cadernos de exercícios caligráficos e análise musical (São Paulo, 1922), Melodias Escolares (São Paulo, 1934, 2ª edição), Hinos e Cantos Escolares (1949).


Membro fundador da Academia Brasileira de Música, ocupou a cadeira nº 30.


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