Músicos não sabem diferenciar violino moderno de antigo
Estudos realizados pela pesquisadora da Universidade de
Paris, Claudia Fritz, mostram que violinistas profissionais não
conseguem distinguir o som de um instrumento produzido há 300 anos de um
feito recentemente. As informações são do The Guardian.
Para a pesquisa, Claudia recrutou 21 músicos e pediu para que tocassem três instrumentos modernos e três feitos por maestros italianos - um do ano de 1740 e dois de 1700. Em um salão com luz baixa, ela repassou os violinos aleatoriamente para os concertistas, que foram divididos por uma cortina e tiveram de usar óculos especiais.
Após o teste, cada um teria que avaliar os instrumentos por manuseio, projeção e "tons", além de mensurar a qualidade do som. "Nós não vendamos os músicos totalmente, porque poderia interferir na percepção deles. Com os ósculos especiais, eles podiam ver a linha dos instrumentos, mas não conseguiam identificar marcas ou a decoração", disse Claudia.
Além disso, para impedir que eles sentissem o cheiro dos violinos antigos, foi colocado perfume no queixo de cada um. O resultado? A pesquisadora afirmou ter sido mais inusitado do que esperava: os violonistas preferiram os instrumentos novos.
De acordo com ela, os músicos também não souberam dizer, pelo som, se os violinos eram novos ou não. "Não importa se o instrumento é novo ou velho, mas sim se ele é um bom instrumento. Os novos fabricantes de violinos estão fazendo um bom trabalho", contou.
Segundo o secretário da Associação Britânica de Produção de Violinos, Kai-Thomas Roth, outros testes, em que o pesquisador e o músico são vendados enquanto o violino é tocado, já mostraram que as pessoas não conseguem distinguir um violino moderno de uma obra de arte de valor inestimável.
Para Roth, no entanto, uma pessoa se aplica muito mais para conseguir trabalhar com um instrumento antigo. "O fator 'mito' ajuda esses instrumentos. Um Stradivari, por exemplo, faz com que as pessoas se empenhem para conseguir tocá-lo", afirmou.
Antonio Stradivari - 1644-1737 - é creditado por conceber nos violinos modernos um som mais poderoso e arredondados. Existem cerca de 650 violinos, violas e violoncelos de sua criação.
Para a pesquisa, Claudia recrutou 21 músicos e pediu para que tocassem três instrumentos modernos e três feitos por maestros italianos - um do ano de 1740 e dois de 1700. Em um salão com luz baixa, ela repassou os violinos aleatoriamente para os concertistas, que foram divididos por uma cortina e tiveram de usar óculos especiais.
Após o teste, cada um teria que avaliar os instrumentos por manuseio, projeção e "tons", além de mensurar a qualidade do som. "Nós não vendamos os músicos totalmente, porque poderia interferir na percepção deles. Com os ósculos especiais, eles podiam ver a linha dos instrumentos, mas não conseguiam identificar marcas ou a decoração", disse Claudia.
Além disso, para impedir que eles sentissem o cheiro dos violinos antigos, foi colocado perfume no queixo de cada um. O resultado? A pesquisadora afirmou ter sido mais inusitado do que esperava: os violonistas preferiram os instrumentos novos.
De acordo com ela, os músicos também não souberam dizer, pelo som, se os violinos eram novos ou não. "Não importa se o instrumento é novo ou velho, mas sim se ele é um bom instrumento. Os novos fabricantes de violinos estão fazendo um bom trabalho", contou.
Segundo o secretário da Associação Britânica de Produção de Violinos, Kai-Thomas Roth, outros testes, em que o pesquisador e o músico são vendados enquanto o violino é tocado, já mostraram que as pessoas não conseguem distinguir um violino moderno de uma obra de arte de valor inestimável.
Para Roth, no entanto, uma pessoa se aplica muito mais para conseguir trabalhar com um instrumento antigo. "O fator 'mito' ajuda esses instrumentos. Um Stradivari, por exemplo, faz com que as pessoas se empenhem para conseguir tocá-lo", afirmou.
Antonio Stradivari - 1644-1737 - é creditado por conceber nos violinos modernos um som mais poderoso e arredondados. Existem cerca de 650 violinos, violas e violoncelos de sua criação.
O que faz com que um violino feito por Stradivari ou Guarneri
del Gesu tenha um som especial? Pesquisadores já examinaram os conservantes de
madeira, o verniz e até mesmo os efeitos causados pela Pequena Idade do Gelo na
densidade de madeira para descobrir qualquer coisa que possa explicar as
propriedades quase mágicas desses instrumentos.
Claudia Fritz, perita na acústica dos violinos da Universidade
de Paris, chegou a uma explicação diferente para o segredo. Apesar de uma
crença generalizada na superioridade dos violinos antigos e dos milhões de
dólares que um Stradivarius custa hoje, os violinos feitos pelos antigos
mestres na verdade não têm um som melhor do que os instrumentos modernos de
alta qualidade, de acordo com avaliações que ela e os colegas têm realizado com
especialistas de olhos vendados.
"Eu acho que esse segredo só existe na cabeça das
pessoas", disse ela.
Já foram realizados vários experimentos em que o público tentou,
geralmente sem sucesso, adivinhar se o violinista que está atrás de uma tela
está tocando um instrumento novo ou de um antigo mestre. Contudo, Fritz disse
que, até onde sabe, ninguém antes tinha conduzido uma pesquisa bem controlada
que fizesse a mesma pergunta aos verdadeiros especialistas: os violinistas.
Firmando uma parceria com o fabricante de violinos Joseph
Curtin, entre outros, ela abordou violinistas que estavam assistindo uma
competição internacional em Indianápolis e fez com que eles comparassem três
violinos modernos de alta qualidade com um Guarneri e dois Stradivari.
As pessoas convidadas a avaliar um vinho tendem a acreditar que
ele é mais agradável quando se diz a elas que a bebida tem um preço elevado.
Para evitar tal efeito, os violinistas tiveram que usar óculos de proteção, a
fim de impedir que identificassem os violinos. Em um dos testes, eles foram
autorizados a tocar todos os seis violinos e convidados a responder qual dos
instrumentos eles mais gostariam de levar para casa. Em um outro, pediu-se que
eles comparassem um par de violinos, sem que soubessem que um deles era um
clássico e o outro, um instrumento novo.
Apesar de a maioria dos violinistas acreditar que a sonoridade
dos violinos Stradivarius e Guarneri é superior, os participantes do teste de
Fritz não conseguiram distinguir de forma confiável tais instrumentos dos
violinos modernos. Apenas oito dos 21 indivíduos escolheram um violino antigo
como o que gostariam de levar para casa. Na comparação entre antigos e novos,
um Stradivarius ficou em último lugar e um violino novo foi o preferido.
"Esses
resultados representam um desafio impressionante à sabedoria convencional",
relataram Fritz e seus colegas na última segunda-feira, no periódico científico
Proceedings of the National Academy of Sciences, publicado na Internet
.
As conclusões de Fritz, naturalmente, são música para os ouvidos dos fabricantes de violinos modernos, que têm menos apelo junto aos violinistas.
.
As conclusões de Fritz, naturalmente, são música para os ouvidos dos fabricantes de violinos modernos, que têm menos apelo junto aos violinistas.
O estudo é "bastante digno de confiança", disse Sam
Zygmuntowicz, um luthier que já fabricou instrumentos para Isaac Stern, Yo-Yo
Ma e Emerson String Quartet. Ele "derruba alguns mitos antigos e com
certeza deve ser uma boa notícia para os músicos jovens que anseiam por
violinos pelos quais nunca conseguirão pagar".
"Não existe uma essência divina" nos violinos antigos;
"existe apenas um objeto físico que funciona melhor ou pior dentro de uma
variedade de circunstâncias", disse Zygmuntowicz, que já trabalhou com o
físico George Bissinger em uma documentação científica de violinos antigos.
Será que isso significa que os luthiers de Cremona não têm
nenhum segredo? "Não temos como saber", disse Zygmuntowicz. Cada instrumento
é especial, mas é difícil identificar o que os diferencia como classe. "Eu
acho que os violinos novos conseguem capturar a maior parte, se não tudo, do
que torna os violinos antigos excelentes, e mesmo que eles não consigam, não
devemos parar de tentar", disse ele.
O violinista Earl Carlyss, membro de longa data do Quarteto de
Cordas Juilliard, tem uma opinião menos respeitosa de estudo de Fritz.
"Essa é uma maneira totalmente inadequada de descobrir a qualidade desses
instrumentos", disse ele. As audições, observou ele, ocorreram em um
quarto de hotel, mas os violinistas sempre precisam avaliar como um instrumento
se projeta em uma sala de concertos. O teste, para ele, foi como uma tentativa
de comparar um Ford a um Ferrari no estacionamento de um Walmart.
"Os instrumentos modernos são muito fáceis de tocar e soam
bem aos ouvidos, mas o que tornava os instrumentos antigos tão bons era a força
que alcançavam em uma sala de concertos", disse ele.
Carlyss enfatizou a relação muito íntima que os violinistas têm
com seus instrumentos _ algo que pode ser difícil de reproduzir nas condições
do teste. Uma opinião semelhante foi expressa por Mark Ptashne, biólogo e
violinista que toca o Plowden, de Guarneri del Gesu_ os antigos violinos
italianos todos têm nomes individuais _ e também já teve um Stradivarius.
"Mesmo os músicos mais experientes que não conviveram com
um violino excelente não percebem o que estão ouvindo ou fazendo quando tocam
pela primeira vez um instrumento excelente", disse ele. "Segundo, os
Stradivarius e del Gesus variam tremendamente em termos de características de
som e qualidade, o que faz com que seja difícil chegar a generalizações a
partir de alguns casos, de todo modo."
Fritz reconheceu que o seu estudo usou poucos violinos. Mas é muito
difícil, observou ela, fazer com que os proprietários emprestem seus
instrumentos de milhões de dólares para serem tocados por desconhecidos de
olhos vendados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.